Quando nosso presidente falou que o Brasil foi o último a entrar na crise e será o primeiro a sair, certamente ele estava falando, mais uma vez, em metáfora. Isso porque estamos exatamente agora no olho do furacão da crise e ninguém sabe como o país, a economia, as empresas e a população vão sair dela, ainda que venha a ser, quem sabe, a primeira das nações a sair da crise.
E não é só na economia de mercado que estamos em crise, nós já fazemos parte da estatística da pandemia da gripe suína. Já contabilizamos mais de 500 casos de contágio e agora já registramos a primeira morte causada por ela. Seja como for, temos que louvar as autoridades públicas de saúde brasileiras, que vêm demonstrando completa e total responsabilidade com atitudes corretas e seguras e, em especial, quanto ao modo e nível de informação que passa para a população.
Como profissionais de comunicação, não temos instrumentos técnicos para resolver a crise econômica e nem podemos evitar que a gripe suína alcance as pessoas de nossas empresas, nossos clientes, pois tratam-se de dois problemas ligados à economia global e à saúde pública, das autoridades econômicas e de vigilância sanitária.
Somos responsáveis como facilitadores na comunicação dirigida para reforçar as informações transmitidas pelas autoridades e tornar as pessoas mais bem informadas e conscientes dos riscos e cuidados que devem tomar. Entretanto, a comunicação corporativa não é simplesmente ponte de ligação entre a empresa e seus públicos. Como muitos afirmam que ela deve estar alinhada à estratégia da empresa, então devemos atuar nesse nível e pensar como devemos fazer para garantir a continuidade de seus negócios.
O melhor é atuar na antecipação e prevenção de crises e se tornar um elemento chave envolvido nas áreas de negócios como produção, marketing e vendas, de saúde, médica, de segurança, de qualidade, de recursos humanos e de planejamento estratégico. Fazer parte desses departamentos utilizando suas informações e traçando planos de acordo com as definições de cada área.
O profissional tem de avaliar cuidadosamente quais são as ameaças, os riscos e os possíveis cenários sob o ponto de vista dessas áreas internas de negócios. Ele deve classificar essas ameaças e riscos de acordo com sua natureza, desenhar os cenários possíveis, criar planos específicos e certificar-se de que a empresa está salvaguardada. Os planos deverão conter as orientações para cada uma dessas áreas identificarem os seus riscos potenciais e atuarem antecipadamente na sua solução, bem antes que se transformem em fatos e impactem a estrutura da empresa e seus negócios.
O objetivo maior da comunicação corporativa é oferecer recursos para transmitir visão de antecipação e ação e gerar confiança aos seus executivos, funcionários e grupos de relacionamento e não simplesmente informar ou educar sobre o que está acontecendo.
Prevenir uma crise evita os efeitos danosos na imagem da empresa e os custos decorrentes dela. Com isso, a empresa vive longos momentos de segurança, harmonia e tranqüilidade, sem prejuízos.
Prevenir é melhor do que Remediar. Antecipar é Preciso.