O grupo universoRP realizou, no final do mês de abril, seu primeiro encontro oficial após a divulgação. Tomado de muita alegria e entusiasmo, o grupo fez um balanço dos resultados da divulgação, discutiu uma pauta de ações futuras e reforçou seu compromisso em torno dos objetivos que levaram esses profissionais a se unirem.
A primeira mensagem que o grupo deseja transmitir aqui é o sincero agradecimento a todos pelas manifestações de apoio à iniciativa e manifestar a grande satisfação que teve em constatar o desejo latente dos profissionais de se unirem ao grupo. Estamos trabalhando para que isso ocorra brevemente, pois queremos que o grupo cresça e se fortaleça em torno de seus objetivos.
Nesse primeiro encontro recebemos a visita de duas importantes profissionais, a Andréia Athaydes e Yara Moraes, que se integraram ao grupo.
Andréia Athaydes é professora coordenadora do curso de Relações Públicas da Ulbra, em Porto Alegre. Ela foi presidente do Conrerp RS e conselheira do Conferp por duas gestões, foi também integrante da Comissão de Estudos de Comunicação Social do Ministério da Educação e presidente da Comissão de Estudos de Relações Públicas para a América Latina, do Conferp. Ela esteve em São Paulo, com um grupo de alunos, para participar do Abracorp, que ocorreu nos dias 27, 28 e 29 de abril.
Yara Moraes, diretora da Empar e ViaRP, é uma profissional de longa experiência na área de cerimonial público e eventos corporativos. Entre outras atividades, ela foi assessora do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo durante o governo Fleury. Como diretora do Conrerp SP foi coordenadora do Prêmio Opinião Pública.
Além da pauta de assuntos, faz parte do programa do grupo refletir sobre um tema atual e fazer as considerações necessárias para sua melhor compreensão.
Reflexões do grupo sobre a crise
O tema discutido nesse encontro foi a crise atual e Relações Públicas nesse contexto. Em resumo, a reflexão girou em torno do papel preponderante do profissional de Relações Públicas de interpretar a situação, avaliar as circunstâncias e orientar os dirigentes das empresas sobre qual deve ser a melhor postura e atitudes deles para proteger suas organizações e tranqüilizar os públicos envolvidos.
Em geral, o comportamento é o de aceitar a crise como ela é e está sendo entregue a nós. Assim, é natural que os problemas e os efeitos da crise sejam todos encarados como sendo consequência externa, criada de fora para dentro, e que nos pegou de um jeito que agora só nos resta esperar.
Não é assim que pensa o grupo universoRP.
Para João Alberto Ianhez as crises exigem momentos de reflexão sobre todas as ações, inclusive sobre nosso próprio comportamento e por isso, devemos fazer e recomendar uma reflexão sobre:
O que estamos fazendo e fizemos de errado?
O que a euforia de uma economia abundante de recursos encobriu?
O que devemos adaptar, corrigir ou extinguir para superar os problemas trazidos pela crise?
Segundo ele, “a crise exige atenção máxima e a ação de prevenção de problemas e mal entendidos no que diz respeito às ações da empresa”. Nesse caso, é preciso levar em consideração como a empresa está se relacionando com os setores em que atua, com seus públicos e fazer uma reavaliação desse relacionamento, “pois, a qualquer momento, a organização pode ser envolvida em algum tipo de circunstância indesejada”.
Portanto, é “imprescindível fazer autoavaliação e a devida antecipação dos riscos, acompanhando as reações e tendências do mercado, a fim de prever possíveis reações e se prevenir contra possíveis ataques que venham afetar seus negócios”.
Ianhez afirma ainda que a área de Relações Públicas deve ter, nesse momento, “uma relação mais estreita com as áreas de propaganda e promoção, no sentido de, a partir de seus instrumentos e recursos, potencializar os investimentos nessas áreas, que tendem a ser reduzidos com a crise”.
Outra recomendação de Ianhez é para “aliar-se com a área de Recursos Humanos a fim de estimular a motivação dos funcionários com uma estratégia de comunicação dirigida a fim de manter o público interno bem informado e prevenir qualquer mal entendido que porventura venha ocorrer em relação aos atos da organização”.
Simone Bambini considera que é imprescindível ajustar a postura dos dirigentes das empresas para evitar que a crise não seja o mote de atitudes negativas.
“muitas empresas estão usando a crise como ‘desculpa’ para seus problemas. Essa postura acaba sendo muito negativa, pois, além de não ajudar a resolver o problema, contamina outros grupos, em especial o público interno, de maneira a estender os seus efeitos danosos.O papel do RP é entender esse contexto e direcionar o discurso de maneira correta, resultando na colaboração de todos para enfrentar e superar a crise de forma consciente e eficiente”.
Isabel Rodrigues destaca a importância da visão de Relações Públicas sobre a crise e como ela deve ser encarada, sem se deixar levar por pessimismos ou derrotismos.
“nem sempre crise significa catástrofe, ela tem que ser encarada também como uma oportunidade. Principalmente em relação à atividade de Relações Públicas, que conta com instrumentos importantes para ajudar as empresas em momentos difíceis”.
Ela lembra que Relações Públicas não existe somente para formar e fortalecer a imagem de uma empresa. Ela existe para “manter seus colaboradores motivados e produtivos, para tranqüilizar consumidores, fornecedores e parceiros pela comunicação e informação”. Além disso, afirma que “essa crise, assim como outras do passado, vai passar. E quando isso acontecer, empresas e marcas precisam estar fortalecidas".
Muito mais foi discutido nesse encontro, como a realidade do mercado brasileiro que não está em crise, mas que sofre com ela por causa da globalização, da versão da mídia sobre a crise que contribui para ampliar seu efeito, enfim, questões que serão aprofundadas numa outra oportunidade.
Se você quiser fazer comentários, complementar ou questionar as posições apresentadas por esses profissionais, envie sua mensagem para universorp@universorp.net.