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Relações Públicas e Turismo. Criando conceitos para o lazer, o entretenimento e o descanso.

Postado em: 18/12/2008 por Paulo de Tarso Marques

As recentes situações de tragédia que estão ocorrendo no Estado de Santa Catarina me fazem recordar uma passagem interessante, que passei, na mesma região. Fui convidado para uma reunião com os profissionais de comunicação e de turismo da serra catarinense, na cidade de Blumenau, exatamente para conhecer as razões que levaram a criação da festa que se tornou ícone no calendário folclórico brasileiro: a Oktoberfest.

Esse evento surgiu como oportunidade de arrecadação de fundos exatamente após uma grande tragédia, de péssima lembrança para os irmãos sulistas, quando a cidade foi inundada e arrasada pelas chuvas e muitas pessoas ficaram igualmente desalojadas, como agora.

Cheguei ao aeroporto de Itajaí, aluguei um carro com placas do Balneário Camboriú e subi a serra em direção à maravilhosa cidade da festa do chope alemão. Era um dia de inverno, cinzento, chegado à chuva fina e, como estava se aproximando o final de tarde, ao chegar à cidade quis me certificar de estar no caminho certo para o PROEB, o pavilhão onde são coordenados os eventos daquele município catarinense e onde seria realizada a reunião.

Como todo “bom turista” parei em um posto de combustível, ainda na entrada da cidade, procurando orientação para o caminho, o qual, registre-se, é muito fácil. O frentista prontamente iniciou as explicações e recomendou um mapa do município, onde marcou o trajeto com caneta marca-texto e me ofereceu gratuitamente. Depois de certificar-se de que eu era realmente um “paulista”, grudou uma faixa no vidro traseiro do carro dizendo que era para facilitar a circulação pela cidade.

Por questões de cordialidade não me interessei em saber o que estava escrito, mas fiquei morrendo de curiosidade. Ao chegar ao PROEB, minha primeira providência foi dirigir-me à traseira do carro e verificar o adesivo. Em letras garrafais, o texto dizia: “TENHA PACIÊNCIA, SOU TURISTA!”.

Era como um salvo conduto para as barbeiragens que viesse a cometer procurando placas de ruas ou me distraísse admirando paisagens desconhecidas. Um ato de recepção cordial dividido como alerta para outros motoristas da cidade. Durante muito tempo aquele adesivo permaneceu em minha mente e seu conceito acompanha-me durante todo esse tempo. Sempre que tenho oportunidade registro e retransmito esse fato para outras comunidades como exemplo de receptividade do turismo naquela região sulina.

Foi um exemplo de conceito positivo daqueles pregados por profissionais de comunicação corporativa.

Minha experiência profissional me faz entender que as comparações entre o Turismo e as Relações Públicas podem ser observadas exatamente pelas coincidências de seus objetivos. E, sem querer ser repetitivo para os profissionais dessa área, cito os passos decisivos para ações de um destino turístico: sensibilização, mobilização e promoção para comercialização de produtos turísticos.

As comunidades receptivas de turismo precisam necessariamente cumprir estes itens para se tornarem eficientes e desenvolverem turismo de forma sustentável. As adaptações e comparações com as duas linhas dessas profissões ficam evidentes quando defendemos e entendemos a necessidade do esclarecimento público como objetivo maior.

Segundo o Ministério do Turismo, em recente publicação: “A atividade de sensibilização requer o uso de estratégias e recursos de comunicação, com vistas a articular, envolver e aumentar a participação dos atores envolvidos com a atividade de uma região turística. A comunicação eficiente faz com que os objetivos sejam atingidos”.

Os passos sugeridos, visando despertar a comunidade para o tema, seguem uma receita muito apropriada para ser prescrita por um profissional de Relações Públicas.

O Ministério recomenda, para iniciar o processo de sensibilização, os seguintes passos:

• contatos prévios para identificar as características das comunidades a serem sensibilizadas e das lideranças locais

• levantamento e análise dos meios de comunicação disponíveis

• definição dos meios de comunicação que serão utilizados

• modelo de comunicação que apoiará o processo de sensibilização

• convite aos diferentes grupos da comunidade para apresentação e discussão inicial sobre o Programa Roteiros do Brasil.

Estes eventos têm por objetivo alcançar a comunidade através de recursos de comunicação disponíveis, transmitindo conceitos importantes para remodelar costumes, nivelar e harmonizar o uso e compreensão de diretrizes, fixar conceitos e princípios e preservar tradições criando padrão de atendimento compatível com o visitante – o público alvo.

Voltando a Blumenau, o frentista do posto de combustível era o responsável pela freqüente indicação da cidade como exemplo de comunidade sensibilizada e mobilizada para o receptivo turístico de qualidade. Ele não tinha nenhuma obrigação de representar sua cidade, mas “vestiu a camisa” e, apesar de um consumidor esporádico, eu representava um multiplicador importante para o desenvolvimento das atividades econômicas daquele município catarinense.

O trabalho do profissional de turismo caminha paralelamente ao do profissional de Relações Públicas e ambos têm responsabilidades para proteger e divulgar uma imagem participativa, cooperativa e acolhedora dos destinos turísticos, esclarecendo e envolvendo os atores locais.

Modernos conceitos internacionais demonstram que além da preservação de costumes e tradições, os municípios turísticos devem prestigiar o relacionamento regional. Assim, é fundamental uma integração de destinos com vocações e potenciais turísticos semelhantes para atender a demanda de visitantes.

Essa integração também é feita por um trabalho de harmonização de interesses e conciliação de resultados, visando alcançar objetivos característicos dos núcleos e obter ganho financeiro e aperfeiçoamento crítico em cada local.

Uma referência é a região serrana de Santa Catarina onde cada cidade aproveita a atração da grife desenvolvida pela Oktoberfest para realizar eventos regionais característicos e que atraem o turista que assim permanece mais tempo na região. Além dos atrativos naturais, existem as festas do marreco, do marisco, do camarão e outras típicas das colônias estrangeiras que semeiam cultura e bom gosto para deleite dos visitantes, com opção de participar cada dia em uma cidade diferente.

Essa integração de diferentes municípios exige uma imagem que demonstra a identidade corporativa e garante os serviços oferecidos para o público alvo: os turistas usuários de equipamentos de acolhimento e serviços.

A manutenção dessa imagem é de importância crítica para o sucesso dos destinos turísticos que se despojam de vaidades e valorizam a informação positiva – recolhida pelo hóspede durante sua estada – para multiplicação das oportunidades de recepcionar novos clientes.

Os denominados circuitos turísticos agregam municípios com características semelhantes e interesses convergentes, divulgam ofertas para manter o visitante durante mais tempo na região e utilizam recursos comuns para fixação da imagem, dos atrativos e dos serviços necessários para o bom acolhimento dos turistas.

Ao ver as imagens devastadoras de Blumenau atingida pelas chuvas dos últimos dias, não posso deixar de lembrar daquele frentista, que para mim é o representante anônimo de um povo hospitaleiro, forte e determinado.

A dignidade que transformou o evento Oktoberfest em referência nacional está presente na força demonstrada para superar as dificuldades e recomeçar. Recomeçar com a esperança de quem entende seus limites e respeita as liberdades dos visitantes fazendo um turismo inteligente e de alta qualidade.

Um exemplo de boas Relações Públicas no acolhimento do turismo.

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Paulo de Tarso M. Marques, Profissional de Relações Públicas (CONRERP 01042), com especialização em Comunicação Empresarial e Turismo. Professor universitário é proprietário da COINTER – Comunicação Integrada na cidade de São José dos Campos. Desde 1996, nomeado pelo governador Mário Covas, é Delegado Regional da atual Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo para a região do Cone Leste Paulista, atendendo 42 cidades em cinco circuitos turísticos.


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